Mercado de imóveis novos encerra primeiro trimestre com resultados positivos

O mercado de imóveis novos residenciais em São Paulo apresentou resultados surpreendentes no mês de março de 2013, tanto em vendas quanto em lançamentos. De acordo com o departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP, no terceiro mês do ano, foram comercializadas 4.087 unidades, um crescimento de 83,9% em relação aos 2.223 imóveis vendidos em março de 2012.

Os lançamentos, conforme dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), atingiram 2.845 unidades, com aumento equivalente a 80,35% em relação às 1.578 unidades de igual mês do ano passado.

Apesar da maior participação nas vendas de imóveis de 2 dormitórios (1.472 unidades), o segmento de 4 dormitórios mereceu destaque em março, com 947 unidades comercializadas, fato que não ocorria desde setembro de 2010.

Com esses resultados, o mercado imobiliário na cidade de São Paulo fechou primeiro trimestre com 6.862 unidades vendidas e alta de 27,1% comparado ao total comercializado entre janeiro e março de 2012 (5.400 imóveis).

Em termos de recursos, até março deste ano, as vendas movimentaram R$ 4,48 bilhões, atualizados pelo INCC-DI da Fundação Getúlio Vargas. O total representou variação positiva de 52,8% diante dos R$ 2,93 bilhões do mesmo período de 2012, motivado por maior volume de lançamentos e vendas de unidades de 4 dormitórios.

O indicador Vendas sobre Oferta (VSO) de 12 meses encerrou março em 59,9%, próximo ao índice do terceiro mês de 2012, de 60,1%. De acordo com a Embraesp, o volume lançado entre janeiro a março, de 5.321 imóveis, foi 43,9% superior ao mesmo intervalo de meses de 2012 (3.697 unidades).

Segmentação

Os imóveis de 2 e 3 dormitórios somaram 4.481 unidades e responderam por 65,3% das vendas do primeiro trimestre. No período, as vendas foram “puxadas” pelo mês de março, com 4.087 unidades e participação de 59,6% do total negociado (6.862 unidades).

O Valor Global de Vendas (VGV) teve predominância do segmento de 4 dormitórios, totalizando R$ 2 bilhões de janeiro a março e uma fatia de 44,7%.

Só em março se vendeu R$ 1,72 bilhões (86,2%) do VGV de 4 dormitórios do trimestre. Esse total representou 54,1% do volume monetário de vendas de março, equivalente a 947 unidades escoadas.

Região Metropolitana de São Paulo

As vendas acumuladas no primeiro trimestre na Região Metropolitana de São Paulo somaram 11.496 unidades, com crescimento de 18,5% diante dos 9.703 imóveis residenciais apurados em igual período de 2013.

A capital paulista participou com 59,7% do total vendido e com 67,0% do volume lançado na Grande São Paulo, de 7.938 imóveis no período de janeiro a março deste ano.

Pesquisa de Mercado Imobiliário Comercial

A partir de 2013 o Secovi-SP pesquisará a produção e comercialização de salas e escritórios na cidade de São Paulo, em função do crescimento desse mercado nos últimos anos.

A pesquisa comercial terá como foco o mercado de conjuntos de escritórios vendidos como incorporação. Ou seja, não atingirá as grandes lajes corporativas produzidas para ocupação (locação).

A metodologia seguirá padrão semelhante ao da pesquisa residencial de imóveis novos, com periodicidade de realização mensal e divulgação trimestral.

Os primeiros resultados indicam, no primeiro trimestre, a comercialização de 684 unidades, com VGV de R$ 404,9 milhões. No período, foram lançados 568 conjuntos.

Para o final de março, estima-se volume em oferta da ordem de 9.360 conjuntos, composto por unidades lançadas remanescentes dos últimos três anos (36 meses).

Economia e demanda

O primeiro trimestre de 2013 caracterizou-se pela rápida deterioração das expectativas econômicas. O Produto Interno Bruto (PIB) previsto poderá se situar em 3%, enquanto a inflação dos meses iniciais do ano apresenta variação de 12 meses com tendência ao limite superior da meta.

Mesmo assim, há perspectivas positivas na economia. É o caso do emprego no setor da construção brasileira, que cresceu 1,9% no primeiro trimestre, com saldo de 3,45 milhões de ocupados.

De acordo com projeção da Fundação Getúlio Vargas, houve movimento de queda do saldo de setembro (3,52 milhões) até dezembro de 2012 (3,37 milhões). A reversão dessa tendência ocorre a partir do início deste ano, com perspectiva de fechar o primeiro semestre próximo a 3,55 milhões de postos de trabalho.

No Estado de São Paulo, 889,9 mil trabalhadores ocupavam postos no setor da construção em março, resultando em aumento de 1,4% no primeiro trimestre deste ano.

A demanda por imóveis independe da atividade imobiliária e se situa em torno de 30 mil a 35 mil unidades anuais na cidade de São Paulo. Essa procura está relacionada a fatores demográficos, como: distribuição etária da população; padrões de conjugaridade; formação de novos arranjos familiares e aumento real de renda.

Considerações

Conforme citado, a cidade de São Paulo requer anualmente a produção de mais de 30 mil unidades residenciais. O setor imobiliário trabalha para atender essa necessidade, porém, com terrenos comprados há meses e que passaram por processo de licenciamento burocrático e lento.

A principal preocupação consiste na inexistência de reposição de terrenos para propiciar novas unidades para oferta. Em janeiro, foram licenciadas 6,45 mil unidades residenciais, mas o ritmo de aprovação de novos projetos voltou a baixar nos demais meses do trimestre. À lentidão na aprovação de plantas se somam dificuldades ocasionadas por uma legislação urbanística que requer revisão urgente.

Outros complicadores para o mercado, como as contrapartidas, muitas vezes inviabilizam a produção imobiliária ou elevam os custos e, consequentemente, os preços.

Apesar do movimento surpreendente de lançamentos e vendas no primeiro trimestre, o Secovi-SP mantém suas projeções de que o mercado imobiliário deverá crescer entre 5% e 10% este ano.

 

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