Balanço do Mercado Imobiliário 2007

-

Vice-presidência do interior

 

Milton Bigucci

 

O interior paulista já é um campo urbanizado, ainda com menores custos de produção, e onde cresce a disputa por terrenos entre grandes construtoras e prestadoras de serviços. Não só pela qualidade de vida, o interior atrai investimentos variados, de acordo com as peculiaridades de cada cidade. A indústria imobiliária, sem dúvida, aproveitou esse potencial ao longo de 2007, e diversificou seus produtos de acordo com as diferentes demandas, desde a habitação de interesse social até aquela de alto padrão.

Em 2008, a população urbana deverá continuar superando a população rural, principalmente graças à redução de distâncias físicas, quer seja pelo incremento de infra-estrutura, avanço das tecnologias, ou pela confiança do empresário brasileiro, que inclusive por isso despertou a atenção de capital internacional à procura de países emergentes.

É preciso que nosso setor procure e estabeleça parcerias, para absorver com produtividade e lucratividade esse bom momento. A perspectiva é excelente. O grande problema, que não é exclusividade do interior paulista, mas é do Brasil, chama-se burocracia. Lamentavelmente ainda se vê o excesso desse cancro que prejudica o desenvolvimento. ( Milton Bigucci é vice-presidente do Interior e presidente da Acigabc – Associação das Construtoras, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC)

 

Jundiaí e região, mercado aquecido para classes média e alta – Ao longo do ano, o mercado local cresceu cerca de 50%, segundo Célia Benassi, presidente da Proempi, entidade que representa o Secovi-SP regionalmente. De acordo com a dirigente, também se destacam empreendimentos de alto padrão em bairros da cidade. O segmento constituído de pequenos condomínios em terrenos de até 10 mil metros quadrados também registra desempenho considerável, e deverá continuar a crescer em 2008. Segundo estimativas da Caixa Econômica Federal na cidade, o município produzirá mais de dez mil unidades habitacionais nos próximos cinco anos. Mas a região ainda vive um problema grave com trâmites burocráticos, e que não estão aparelhados para acompanhar a velocidade do mercado.

 

Vale do Paraíba vê chegada de grandes investidores – O mercado imobiliário altamente aquecido do Vale do Paraíba – mais nitidamente em cidades como São José dos Campos, Taubaté, Jacareí e Pindamonhangaba –, produziu dois efeitos curiosos em 2007: atraiu grandes construtoras e permitiu que as empresas locais investissem em melhorias e mão-de-obra para superar a concorrência. E o cenário deve continuar assim em 2008, segundo o diretor-geral do Sindicato na região, Ronaldo Queiroga. A região também assiste à expansão dos chamados "condomínios-clube", que deverá continuar no próximo ano, principalmente a partir dos bolsões de elite - pólo para ótimos investimentos imobiliários - e das grandes malhas viárias.

 

ABC: alto padrão em destaque – Só nos primeiros 10 meses de 2007, o mercado imobiliário do Grande ABC cresceu quase que 60% em relação ao período anterior. O campeão de lançamentos é São Bernardo do Campo, seguido por São Caetano e Santo André. Em 2007, a vedete do mercado do Grande ABC foi o segmento de 4 dormitórios, e também os empreendimentos de luxo, com valores entre R$ 340 e R$ 440 mil. Os grandes projetos de condomínios-clube previstos para os próximos anos sinalizam o dinamismo econômico da região, e também o interesse das grandes construtoras. Segundo a Acigabc ( Associação das Construtoras, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC) , representante regional do Secovi-SP, a tualmente, as construções de luxo representam 24% do total dos negócios na região. Milton Bigucci, presidente da Acigabc, revela que a tendência do mercado imobiliário no momento é para a produção de habitação popular, não só no ABC, mas em todo o Estado.

 

Santos supera expectativas – Os condomínios produzidos por renomadas empresas não param de ser lançados. Tal expansão se deve, em grande parte, à revitalização das áreas centrais dos municípios, do advento da segunda pista da Imigrantes, e também de novas legislações. De acordo com a Assecob , representante regional do Sindicato, o mercado de compra e venda de imóveis, tanto para novos quanto para usados, está aquecido na região, e em alguns casos o metro quadrado chega a R$ 3 mil. "Os terrenos disponíveis são disputados pelos construtores", acrescenta Renato Monteiro, presidente da Assecob. Em 2008, crescerá a tendência da construção na faixa de R$ 200 mil, e dos condomínios fechados. Contudo, o crescimento imobiliário santista está concentrado em faixas acima de R$ 300 mil, muitas vezes superando os R$ 500 mil, e localizados em áreas próximas à praia.

 

Bauru: hora da retomada – O mercado da região mostra sinais de recuperação, como comprova o sucesso do Feimob (Festival Imobiliário de Bauru), que sempre contou com o apoio da unidade do Secovi. A expectativa para 2008 é otimista, segundo o diretor-geral do Sindicato na cidade, Riad Elia Said. "A demanda para imóveis de diversos perfis (de um a quatro dormitórios) é crescente, e as construtoras locais continuam a criar planos de pagamentos e condições diferenciadas para a aquisição de imóveis", revela o diretor. Ainda segundo o dirigente, as vendas de imóveis subiram 60% só no primeiro trimestre de 2007.

 

Sorocaba: condomínios de casas e “clubes” em alta – Em 2007, caiu a quantidade de lançamentos de loteamentos, mas houve um aumento significativo de condomínios horizontais residenciais, além de alguns lançamentos de edifícios dentro do conceito de “condomínio-clube”. “ A perspectiva é de que em 2008 haja uma consolidação do crescimento do mercado imobiliário da cidade e região, pois há abundância de recursos financeiros de toda ordem”, avalia Flavio Amary , diretor-geral do Sindicato no município. Ainda de acordo com Amary, a qualidade de vida local, reforçada por facilidades, como o sistema viário e a desvinculação de centros universitários à Capital, propicia a demanda para famílias de classes média e alta, atraídas por condomínios com diferenciais competitivos.

 

Rio Preto, prosperidade e qualidade de vida Um incrível centro gerador de negócios e serviços, onde o acesso a áreas e terrenos não encontra obstáculos complicados. Assim é a região de São José do Rio Preto, que teve um crescimento empresarial da ordem e 36% nos últimos meses de 2007. “Precisamos de mais produtos imobiliários para um público na faixa etária entre 20 e 30 anos”, afirma Joaquim Ribeiro, diretor-geral do Secovi no município. Em Rio Preto , 7% da população concentra-se em condomínios fechados, e, já em 2012, a projeção é que esses núcleos habitacionais superem a casa de 50 unidades na região. Imóveis de alto padrão também são tendência, tanto para venda como para locação.

 

Campinas segue tendência mundial – A criação de áreas urbanizadas no entorno de grandes aeroportos (a exemplo de Viracopos) e demais terminais terrestres, aliada a um crescimento notável do mercado de terceiros, incrementado pela atuação da Rede Secovi de Imóveis na região, coloca o mercado campineiro num patamar invejável. Até o final de 2007, o setor deverá crescer mais de 40% em relação ao período anterior. Embora sejam positivas condições do mercado – hoje o município tem cerca de 200 mil pessoas interessadas na compra de imóveis –, a diretora-geral do Sindicato na cidade, Kelma Camargo, não nega sua preocupação com a burocracia e a morosidade do poder público na aprovação de projetos. Em meio a essa realidade, em 2008, espera-se, continuará a tendência dos empreendimentos planejados na região, em especial os condomínios fechados horizontais.