Balanço do Mercado Imobiliário 2007

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Vice-presidência do interior

 

Milton Bigucci

 

O ano de 2008 consolidou-se também pela luta do setor em âmbito regional, a partir da atuação e aproximação do Sindicato com lideranças e representatividades em várias escalas em prol da moradia. O fato se expressou pelo estabelecimento de leis, frexibilidade de crédito e prazos, produção, divulgação e vendas de produtos diferenciados e segmentados, identificação de novos nichos de negócios, enfim, pela instauração de um ambiente favorável, que, embora o fantasma de uma crise externa nos últimos meses do ano - pois bem sabemos que hoje o Brasil, pelo menos no que diz respeito à indústria imobiliária, será um dos países menos afetados -, sorriram para um ávido mercado comprador espalhado por metrópoles que já compõem uma “mancha urbana” responsável por algo em torno de 40% do mercado nacional, a exemplo das cidades da Baixada Santista, das regiões de Campinas, Jundiaí e Vale do Paraíba.

Conquistas  o interior de São Paulo é hoje uma das principais rotas de riqueza do mundo, onde a qualidade de vida somou-se a uma estrutura bem servida em termos de comércio e serviços. Em 2008, a região confirmou sua vocação de “imã de negócios e oportunidades” para investidores e prestadores de serviços de todos os ramos e de toda parte do planeta, e as unidades do Sindicato, com suas ações, globais ou particularizadas, contribuíram para esse intento, no que tange ao crescimento do setor imobiliário. O Índice de Desenvolvimento dos Municípios registrou avanços de cerca de 20%, e o mercado imobiliário local, quer seja de imóveis residenciais, comerciais, industriais, de locação ou não, tem também estimulado e incrementando carreiras e novas atividades.

Com ótima estrutura urbana, perfil social demarcado e qualidade de vida, em 2008 a região do Grande ABC se destacou por sua condição de líder em expansão imobiliária. De residenciais ecológicos, passando por condomínios fechados, ou prédios com estruturas completas, o mercado de São José dos Campos movimentou cerca de R$ 1,7 bilhão no final do primeiro semestre de 2008. E outras grandes cidades que compõem o Vale do Paraíba estão na mesma rota de desenvolvimento.

A situação também foi detectada em Sorocaba, aonde a estrutura urbana, a posição geográfica e o advento de multinacionais – consequentemente de moradores em potencial - fizeram proliferar os condomínios (verticais ou horizontais) fechados e com diversos serviços e tecnologias agregados.

No Oeste do Estado, a existência de shoppings na região Sul de Bauru, principal entrada do município, é apontada como o local mais valorizado do mercado imobiliário local em 2008. O preço médio do terreno na cidade foi de R$ 500,00 no período, e o metro quadrado construído, R$ 2 mil. Na microrregião, cerca de 30 municípios dependem da vida econômica de Bauru.

Não muito diferente, em 2008 a região Sul da cidade de São José do Rio Preto confirmou a existência de demanda para imóveis de alto padrão. Aliás, as imediações da cidade têm atraído investidores estrangeiros sobremaneira – e o Secovi já debruça os olhos para tal comportamento, alertando empresas e associados para a realidade, que propicia parcerias e viabilização de bons negócios.

Nichos a serem atendidos - os projetos para o segmento de moradia popular no País e no Estado visam a facilitar o acesso à habitação de baixa renda, e isso é muito nítido no interior. Precisamos de idéias e ação efetiva não só dos poderes públicos, mas também da sociedade organizada, para atender a uma demanda que envolve 20 milhões de brasileiros. Queremos nos engajar cada vez mais nesse processo. Além disso, é possível ao empreendedor – nacional e estrangeiro - conquistar lucros com essa fatia de mercado. Outro modelo descoberto há tempos pelo setor imobiliário no interior – e que se acelera – são os loteamentos, que acabam formando novos bairros repletos de infra-estrutura. Os eventos e iniciativas do Sindicato no interior também pretendem ventilar essa realidade, trazendo cada vez mais produtos e serviços ao associado local. Também, é hora de estabelecer as pesquisas regionais, fato que, antes de tudo, irá firmar o nome Secovi na mídia e também em outros grupos de interesse do Sindicato regionalmente.

Toda essa convergência de acontecimentos nos autoriza a dizer que a indústria imobiliária do interior do Estado tem tudo para se manter equilibrada, fazendo com que o comprador não tenha razões para ter medo, mas sim para aproveitar as oportunidades, pois já se cria visibilidade para que também o investidor estrangeiro possa colher tais frutos. Após o susto da crise, o mercado regional retoma seus negócios, e as construtoras investem em lançamentos, facilidades no pagamento e até promoções. Comprar imóveis é um bom investimento e garantia de valorização. É hora de sair do sonho e partir para a realidade