Balanço do Mercado Imobiliário 2007

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Locação

 

Locação: preços aquecidos e demanda maior que a oferta

A palavra que mais define mercado de imóveis para locação residencial, em 2008, é escassez. No entanto, deixando-se de lado a escassez de oferta, nem mesmo as incertezas, produzidas pela crise financeira globalizada, afetaram o segmento.

A redução da oferta já fora nitidamente percebida ao se comparar as informações sobre domicílios locados no Brasil em 1980 e em 2000. De acordo com os dados do Censo desses anos, a participação caiu de 23%, em 1980, para 14% no início desta década.

Listas de espera – Os pontos de desmotivação que balizaram o encolhimento da oferta não existem mais. O valor médio de aluguel na contratação por metro quadrado aumentou em torno de 12,5% no ano, contra a expectativa de inflação (IPC-A) da ordem de 6,5% e do IGP-M, da FGV, previsto de 11%. Ou seja, o aumento real do aluguel médio na cidade foi de aproximadamente 5,6%.

Em muitos casos houve listas de espera de desocupação de imóvel alugado. O Índice de Velocidade de Locação (IVL) médio deste ano foi de 11 dias para imóveis bem localizados e em bom estado de conservação, o que permite confirmar a situação de desequilíbrio entre a demanda e a oferta. Em termos comparativos, há quatro ou cinco anos, o número de dias médio necessário para nova ocupação girava em torno de 34 a 35 dias.

Seguro-fiança em alta – Em termos de garantias contratuais, o papel do fiador continua a liderar, com uma fatia de participação da ordem de 48,5% do total negociado este ano. Convém acompanhar a evolução do seguro-fiança. No início de 2006, essa modalidade garantia 12% dos aluguéis negociados. Sua fatia cresceu para 15,7% em 2007 e 18,5% neste ano.

Outro aspecto relevante a destacar é o volume de ações locatícias deste ano. Dados coletados pela Justiça de São Paulo permitem projetar 21,6 mil casos até final do ano – um dos menores índices desde 1995. Em 2004, o total de ações foi baixo, com 21,5 mil ações, graças à greve no Judiciário, que ocorreu entre julho e outubro daquele ano.

Futuro promissor – Se há incertezas quanto aos rumos da economia nos próximos anos, o mesmo não ocorre quando se fala em aluguel residencial. Sempre existirá demanda de estudantes vindos de outras regiões, profissionais com residência temporária na cidade, os recém-casados e os recém-separados, os solteiros etc. Essa procura é superior à oferta existente e isso contribuirá para manter os preços aquecidos.

Ou seja, tudo indica que a rentabilidade com operações de locação imobiliária iniciam período de ganhos superiores aos principais indicadores de preços. Além disso, o imóvel é um bem real, sem riscos de perdas por volatilidade do mercado financeiro.