Balanço do Mercado Imobiliário 2007

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Legislação e Urbanismo Metropolitano


Claudio Bernardes

Em busca de um novo modelo de ocupação urbana

Uma das grandes preocupações do Sindicato é com o urbanismo. Para atender essa prerrogativa, a Universidade Secovi vai desenvolver estudos, interados politicamente com a sociedade. Para tanto, dedicará tempo a análises urbanas, com ênfase nos problemas das cidades, contando com o apoio de profissionais nacionais e internacionais


Uma das principais preocupações da diretoria do Secovi-SP é com a área de urbanismo, passando pelo modelo de ocupação das cidades, em especial São Paulo e região metropolitana. Segundo Claudio Bernardes, vice-presidente do Sindicato e responsável por tratar os temas relacionados ao desenvolvimento urbano e a assuntos legislativos, nos próximos dois anos a Universidade Secovi, onde continua como pró-reitor, será destacada para iniciar estudos que definam novos modelos de ocupação, solucionando questões de mobilidade urbana e, dessa maneira, dar a sua contribuição para estancar um problema que assola municípios como a Capital. “Embora desafiadora, esta é uma meta que precisa ser executada. Há uma emergente necessidade de encontrarmos alternativas para a metrópole e seus arredores. Somente com um olhar regional é possível chegar a caminhos viáveis”, diz Bernardes. Com os dados em mãos, a intenção é divulgá-los e implantar modelos de ocupação descentralizados eficientemente e com mobilidade adequada, criando espaços sustentáveis para o mercado imobiliário.

O ano de 2010 será de grandes discussões sobre o Plano Diretor e a Lei de Zoneamento em São Paulo. A contribuição do Secovi-SP se dará por meio da apresentação de ideias e propostas para o Legislativo e o Executivo, de acordo com o vice-presidente.

A implantação do Núcleo de Estudos Legislativos (NEL), planejado no final de 2008, é outra meta de Bernardes. O objetivo é acompanhar nas esferas municipal, estadual e federal todos os projetos de lei imobiliários em andamento.

O trabalho é bastante complexo. Um software capta os projetos nas casas legislativas e envia para um grupo de analistas em São Paulo que identifica aqueles que interferem nos segmentos de atuação do Secovi-SP e avalia seus pontos positivos e negativos. Outro grupo de profissionais elabora propostas para aperfeiçoar ou corrigir os projetos e as submete aos parlamentares. Posteriormente, um terceiro grupo fica encarregado de discutir essas propostas com a classe política.

A Universidade Secovi tem outras missões. Claudio Bernardes desenvolveu um plano com mais três objetivos, sendo que o primeiro deles diz respeito à formação e informação sobre o mercado imobiliário. “Vamos aperfeiçoar e aumentar a oferta de cursos e, principalmente, implantar de forma definitiva o Ensino à Distância com transmissão online, importantíssimo para atender demandas das regionais do interior do Estado e entidades congêneres no resto do Brasil”, diz. Em 2009, a Universidade ofereceu experimentalmente alguns cursos que ajudaram a aprimorar o modelo.

Outra proposta na parte de formação da Universidade é implantar a categoria “Realtor” para corretores de imóveis especializados, a fim de estimular esses profissionais ao aprimoramento. Para conquistar o título, o corretor fará cursos específicos de qualificação da categoria.

O segundo grande objetivo da Universidade é o estímulo à pesquisa científica na área imobiliária por meio do aperfeiçoamento do GeoSecovi, um sistema que usa dados georreferenciados como base para subsídios em decisão de empreendimentos e para pesquisa científica imobiliária. “O sistema está no ar há alguns anos e aberto para consulta pública. Nossa proposta é restringir seu acesso a assinantes e associados para levantar recursos dedicados ao seu contínuo desenvolvimento”, diz Bernardes.

A terceira proposta é estimular a publicação de livros com temas voltados para o segmento imobiliário. “Nosso trabalho é incentivar profissionais a aceitar o desafio de produzir obras, pois o nosso mercado é muito carente de literatura especializada”, comenta. O plano é identificar, dentro do quadro de professores da Universidade, quem pode se dedicar à produção ou então reunir profissionais para produzir obras conjuntas.

Em 2009, foram lançados pela Universidade Secovi 51 cursos, ministrados por cerca de 100 professores. No biênio que se encerra, 4.217 alunos passaram pela Universidade. Desde a sua criação, em maio de 2001, até julho de 2009, 10.656 alunos usufruíram os benefícios da instituição.