Balanço do Mercado Imobiliário 2007

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Incorporação e Terrenos Urbanos


Ely Wertheim

Recursos perenes, garantia do crédito imobiliário e segurança jurídica

Aprofundar o relacionamento com bancos públicos e privados, no sentido de consolidar o crédito imobiliário como negócio, perenizar a destinação de recursos financeiros para o segmento tradicional de imóveis residenciais, serviços, comércio e indústria. Estas são algumas das metas da área de Incorporação do Secovi-SP, assim como buscar novas fontes de recursos, desburocratizar processos e garantir a segurança jurídica

Aprofundar o relacionamento com bancos públicos e privados, no sentido de consolidar o crédito imobiliário como negócio, perenizar a destinação de recursos financeiros para o segmento tradicional de imóveis residenciais, serviços, comércio e indústria. Estas são algumas das metas da área de Incorporação do Secovi-SP, assim como buscar novas fontes de recursos, desburocratizar processos e garantir a segurança jurídica

Diferentemente dos empresários, que passaram por um período de “parada técnica”, os consumidores permaneceram confiantes e não deixaram de comprar imóveis. Já os bancos privados demoraram um pouco mais para recuperar o fôlego. No entanto, a caderneta de poupança finalizará o ano com aplicação de R$ 32 bilhões em financiamento.

“No balanço geral, a crise internacional foi saudável, pois não poderíamos conviver durante muito tempo com um crescimento de 25% a 30% ao ano. Tal fato foi importante até mesmo para não repetirmos erros de países como a Espanha, que hoje está com aproximadamente 1 milhão de imóveis prontos para um mercado consumidor inexistente”, opina Ely Wertheim, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.

A Caixa Econômica Federal, por sua vez, aplicou este ano, até novembro, R$ 39 bilhões e o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) aprovou considerável orçamento para o exercício de 2010. Serão destinados, no próximo ano, R$ 27,5 bilhões, assim distribuídos: Habitação, com R$ 18 bilhões para moradias populares, incluído o Minha Casa, Minha Vida, oPró-Moradia fica com R$ 1 bilhão para intervenções em favelas e áreas de risco e o Pró-Cotista com R$ 1 bilhão. Já o Saneamento Básico trabalhará com R$ 4,6 bilhões; e o Pró-Transporte, com R$ 1 bilhão, além de R$ 1,9 bilhão para aquisição de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Também estão garantidos R$ 4 bilhões para subsídios, proporcionando aumento da capacidade de financiamento às famílias de três a seis salários mínimos. “Recebemos a confirmação do CCFGTS de que não faltarão recursos”, credita Wertheim.

Outra ação que trouxe novo ânimo ao mercado em 2009 foi a entrada definitiva do Banco do Brasil no financiamento à produção e aquisição de imóveis. “Ganham empresários e compradores, que terão maior poder de escolha. Além disso, veremos o aumento da concorrência entre os agentes financeiros, o que leva a uma possível diminuição das taxas de juros, que já caíram consideravelmente nos últimos anos”, aposta Wertheim.

Na análise do vice-presidente, chegou o momento de o crédito imobiliário ser encarado como negócio, com ininterrupta destinação de recursos financeiros para financiar o segmento tradicional de imóveis residenciais, de serviços, comércio e indústria. “A representação do setor em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ainda é muito insignificante. Há muito a fazer.”

Mas, apesar das melhorias conquistadas e do enfrentamento de turbulências econômicas, o segmento continua a enfrentar velhos problemas, como o Plano Diretor que está em revisão, a Lei de Zoneamento – que não foi revisada e cuja proposta apresentada na Câmara não altera substancialmente a lei -, burocracia na aprovação de projetos, aumentos de impostos, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que irá onerar famílias e pequenos empresários, principalmente, e escassez de terrenos, matéria-prima essencial para o setor imobiliário.

Em 2010, essa vice-presidência vai trabalhar intensamente para a conclusão da padronização de contratos e o desenvolvimento do mercado secundário, opção alternativa de funding. Para esse fim, a área criou, no final de 2008, a Comissão Consultiva de Produtos Financeiros Imobiliários, que atua no Secovi-SP e tem representantes de corretoras de valores, companhias securitizadoras, escritórios de advocacia e do Sindicato.